Editorias
Crônica: Um diferente amor
Por: Aciléa Pinto da Cunha
Tudo começou numa noite triste e chuvosa. Puseram-me fora de casa, não quis casar com quem eles queriam. Triste e abatida fui refugiar-me na praça em que tantos momentos de alegria tive, mas o tempo acompanhava meu estado de espírito e chorava comigo.
Foi então, que ele apareceu. Vinha de capa, guarda-chuva. Encaramo-nos, foi amor à primeira vista.
Compadecido perguntou-me: O que fazes nesta chuva, lindeza? Não respondi, só chorava...
Levou-me com ele e começamos um relacionamento de amor e confiança. Levava-me nos melhores restaurantes, bares, viagens. Inclusive fomos conhecer as Cataratas do Niágara, como adorei!
Íamos a em corridas de cavalo, aos estádios para ver o seu time ganhar, comemorávamos no bar e quando perdia refugiávamos em casa.
Tudo ia a mil maravilhas, quando ele começou a falar sobre uma colega de serviço que era psicóloga, dizia que era uma mulher maravilhosa, compreensiva e queria me conhecer. Metia coisas na cabeça dele, que nos isolávamos muito de todos, não seria um bom relacionamento e segundo ela, era até doentio.
Eu a detestei desde o início. Ela começou a ir em nossa casa, a se intrometer em tudo. Ele até pedia para eu ficar na sala enquanto eles subiam até o quarto para falarem de serviço. Eu o obedecia, pois o amava muito e tinha muita confiança em nossa amizade. Porém, novidades foram surgindo, ela mudava coisas dos lugares, dava palpite em nossa comida, nossos passeios, queria ir junto, se intrometia muito.
A gota d’água foi quando ela cismou de me deixar em casa e sair sozinha com ele. Não aguentei quando retornaram avancei nela. Ela gritava muito, o mandava interceder, mas eu realmente estava muito furiosa.
Ele deu de rir. Ela gritava: Ou eu ou ela!
Dei-lhe o castigo merecido. Ela saiu xingando nós dois e ele riu muito falou: - Puxa vida! Não precisava morder a canela dela. Afinal de contas você é a cachorrinha mais doce e meiga que já conheci e tem mais, só me caso com alguém que te ame também.
Você é a primeira no meu coração! E então abraçados continuamos felizes para sempre!
Jornalista, associada e colaboradora da Revista da AABB-Rio