Editorias
Crônica: A Cédula
Por: Aciléa Pinto da Cunha
Ela acabava de ser impressa na Casa da Moeda dos Estados Unidos. Mil dólares, uma nota brilhante e verdinha. Mandaram-na para o banco.
Um homem sério de chapéu na cabeça, botas e andar sinuoso caminhou, entrou no banco com um cheque na mão que tinha acabado de receber o valor correspondente a um serviço feito.
Recebeu o dinheiro, colocou em sua capanga e como entrou saiu em largas passadas.
Em um bairro afastado, um político atuante acabara ser assassinado e coberto por um lençol aguardava o rabecão.
O homem chegou a casa e entregou o dinheiro à esposa, para os preparativos do casamento da filha única.
- Papai! Estou tão feliz, virão todas minhas amigas. Dizia ela dengosa.
Realmente a festa foi maravilhosa, com o maior requinte que uma moça sonha para o seu dia tão esperado.
O organizador da festa recebeu o pagamento e a nota transformou-se desta vez em um barco motor ultramoderno. Amigos foram chamados para o passeio inaugural, deslizando pelo mar com o vento ameno em seus rostos havia muita alegria.
Desta vez, quem recebeu pela venda era um viciado e passou o dinheiro para um traficante. Este a colocou junto com outras distraído no bolso, mas eram muitas ela ficou pendente e um vento que soprava a fez tremular no ar e se afastar e foi arrastada em direção a um bueiro, caiu entre suas grades no meio da lama, se desmanchou. Morria ali como o político assassinado pelo pistoleiro de aluguel que casara sua filha.
Este um criminosos com uma trajetória de fama e prestígio, acabou nas mãos da polícia morto com vários tiros.
Assim termina a vida de um destacado pistoleiro e estória de uma poderosa cédula de mil dólares.
Jornalista, associada e colaboradora da Revista da AABB-Rio