22 de Março de 2019

CRÔNICA

(*) Por Acilea Pinto da Cunha


O PÔR DO SOL

Sentada em minha cadeira na praia, acompanhava junto aos outros banhistas o Pôr do Sol. Ele lindo, esfuziante, ia aos poucos se recolhendo, desaparecendo, abandonando a minha pujança e tornando-se invisível. Associei-me a ele, e tive muitos momentos de muita luz e felicidade, com ele via tudo desaparecendo no correr do tempo. O nosso romance, nossas viagens, nossos segredos, nossos momentos de amor, tudo ia desaparecendo, se recolhendo e escondendo-se assim como o Sol. Enquanto ele brilhava, a esperança também ocupava meu coração, quem sabe você voltaria. Daríamos as mãos e juntos seríamos felizes. Lembrei-me porém, do seu romance, do nascimento do seu filho, de sua nova vida e meu coração triste batia suavemente. E, assim, minha vida paralela a este acontecimento ia se recolhendo, escondendo-se, desaparecendo, e, assim como o Sol, fugiu todo o esplendor do meu coração. Abaixei a cabeça dissipando toda a alegria da esperança. E triste, duas lágrimas rolaram dos meus olhos, e percebi que estava me recolhendo e sentindo o esplendor e a alegria fugir de mim e sumir num horizonte de minha alma.... 


(*) Associada, Jornalista e colaboradora da Revista da AABB-Rio.

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