Editorias
Está difícil alimentar as crianças no período de quarentena? Calma, vamos conversar.
Por Jusley Valle
Olá pais!
Há dias, mesmo em condições que chamamos de “normais”, que é bem complicado
convencer os pequenos a comerem, não é verdade? Eu entendo vocês, porque já
passei por isso.
E, agora,
durante a quarentena, esse desafio se tornou maior. Sim, é verdade! Se para
nós, que somos adultos, é difícil manter uma alimentação saudável, imagina para
as crianças que projetam a permanência em casa como férias, quando existe flexibilidade
na rotina!?
Os pais
podem incentivar a experimentação e não deduzir que, porque eles não gostam de
algum alimento, a criança também não gostará. O paladar da criança não deverá
ser definido pelos parâmetros de seus pais.
Durante o
desenvolvimento infantil, é natural que a criança passe pelo processo de
adaptação, quando inicia a transição alimentar. Ela pode estranhar sabores,
texturas e cores. Com o passar do tempo, os pequenos formam suas escolhas
alimentares, isso é normal. Mas, há alguns casos em que as crianças resistem às
refeições e preferem comer outros tipos de alimentos não recomendados, como “fastfoods”,
doces ou similares.
Não
falarei aqui sobre o valor nutricional dos alimentos, porque essa competência
cabe ao especialista em nutrição. Por enquanto, vou dar algumas dicas de
abordagem, para apoiar vocês a promoverem a alimentação saudável com os
pequenos e que podem ser aplicadas na fase atual de tempo integral em casa ou
em qualquer outro momento:
- Envolva
a criança na escolha dos alimentos, permitindo que ela toque e cheire. Varie a
oferta, porque alimentos coloridos chamam a atenção da criança;
- Peça
ajuda para pôr ou retirar a mesa, levando em conta a idade da criança e
evitando objetos cortantes ou quebráveis;
- Evite
forçar a criança a comer. Prefira explicar sobre a necessidade de consumir
alimentos saudáveis, para seu crescimento e que possa ficar forte para estudar
e brincar mais;
- Incentive
a prática de alguma atividade física e tente manter os horários das refeições, mesmo
em casa, pois elas ficarão mais dispostas;
- Não
obrigue a criança a comer, visando alguma recompensa. Nada de monetização
alimentar! Falas do tipo: “Se você comer tudo, vai poder jogar”, “Se não comer,
não vou dar o brinquedo que você quer”. Ela vai registrar no cérebro um
processo de troca que pode afetar seu comportamento adulto, quando tudo será
usado como papel moeda e compensação.
- Aproveite
o momento, para testar novas receitas e convidar a criança para cozinhar com
vocês. Fazer um bolo e sanduiches saudáveis são ótimos estímulos.
Por outro
lado, muitas crianças (e adultos também) acabam perdendo as rédeas e comendo
demais ou de forma inadequada, durante o distanciamento social. Isso, porque ficam
ansiosos e podem sentir o que os especialistas chamam de “fome emocional”. Nesse caso, vale uma atenção especial dos
pais quanto às suas próprias emoções e às dos seus filhos.
A
obesidade infantil é uma das maiores preocupações dos pediatras, pois estamos
formando adultos com riscos elevados de diabetes, problemas cardíacos, redução
de mobilidade e outras doenças.
Portanto,
aproveitem as dicas e “mão na massa”!
Quem aí ainda
não consegue convencer o filho a comer?
Fiquem
bem e um abraço virtual!
Sobre a autora