27 de Maio de 2020

Como é o seu filho? Sabe se posicionar ou é difícil de lidar?

*Por Jusley Valle


Tenho recebido pedidos de ajuda dos pais, dizendo que não sabem como lidar com o comportamento dos seus filhos. Muitos deles agressivos ou intempestivos.


Alguns pais comentam que na “época deles”, não era assim... “O que minha mãe falava estava certo, e eu nem hesitava em obedecer”, “Um não era um não e nunca era questionado, assim como um vai pro seu quarto agora” são exemplos de relatos feitos pelos pais. Obedeciam a tudo e, quase sempre, bastava um “olhar 43” da mãe, para “sair de fininho” imediatamente.


Podemos dizer que o mundo mudou ou foram as crianças? Eu percebo que os dois. A velocidade que a informação se propaga, atualizações de conceitos, valores e crenças, a pluralidade de opiniões... Tudo isso junto e misturado fez com que a sociedade venha adotando novos hábitos e, por consequência, transmitindo às crianças.


A democracia e a liberdade de expressão dão vozes aos pensamentos e opiniões, que passaram a ser expressas de várias formas.


Por tudo isso, é normal convivermos com crianças com mais desenvoltura ao expor suas ideias e opiniões. O ponto é que, nem sempre, elas conseguem adotar um modelo gentil e diplomático de falar. Mas isso faz parte do desenvolvimento da criança, porque ela está no processo de construção da sua identidade, pensamento e inteligência emocional.  


A questão que estamos dando foco é: uma criança que concorda com tudo e não expressa suas emoções pode ser considerada uma criança “boazinha”? Isso seria um comportamento real ou imaginário para os pais? 


No outro lado da moeda, estariam as crianças que questionam e que se manifestam o tempo todo e, por isso, podem ser consideradas crianças “difíceis”? São filhos que não obedecem aos pais e não acatam todas as regras, sem antes provocar um diálogo ou discussão sobre a orientação recebida.


Nem sempre, o fato de a criança ser tranquila significa que ela concorde e aceite tudo o que os pais falam. O silêncio e a passividade excessivos podem mascarar uma fragilidade dos pequenos e o medo em expor suas emoções e sentimentos. Insegurança e baixa autoestima podem ser motivadores dos filhos concordarem com tudo.


Em paralelo, os falantes e argumentadores, também, podem usar os questionamentos como oportunidade de demonstrar um alerta aos pais controladores, cujo modelo de educação é baseado no autoritarismo e coação. 


Assim, dentro de uma ótica simplista, os “bonzinhos” seriam cordatas e os “difíceis” questionadores. Porém, são muitos aspectos a serem considerados e é bem difícil definir o estilo de comportamento da criança, sem antes avaliar o sistema familiar no qual ela é educada. O recomendado é não usar nenhum outro rótulo, porque cada criança é ÚNICA e, por isso, merece respeito à individualidade e às características pessoais.


Aos pais, cabe olhar e avaliar como têm exercitado a parentalidade e se os modelos adotados estão sendo efetivos. 


Amor, carinho, acolhimento, diálogo e empatia ajudam na melhoria da relação com seus filhos e abrem portas para a qualidade de vida das famílias. 


Um abraço, 

Julsley Valle

Sobre a autora


Eu sou Jusley Valle e o meu trabalho consiste em apoiar pais, crianças e professores no processo de educação consciente, por meio do desenvolvimento de habilidades e competências, para lidar com emoções e comportamentos, melhorando as relações e a qualidade de vida.


Atuo como Consultora Educacional, Educadora Parental, Facilitadora para Pais, Analista de Perfil Comportamental, utilizando a Disciplina Positiva, o Coaching Infantil e a Psicologia Positiva.


Querem saber mais? Fiquem atentos aqui e nas minhas redes sociais: @jusleyvallecoach e o meu site www.jusleyvallecoach.com/.

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