Editorias
Como é o seu filho? Sabe se posicionar ou é difícil de lidar?
*Por Jusley Valle
Tenho recebido pedidos de ajuda dos pais,
dizendo que não sabem como lidar com o comportamento dos seus filhos. Muitos
deles agressivos ou intempestivos.
Alguns pais comentam que na “época deles”, não era assim... “O
que minha mãe falava estava certo, e eu nem hesitava em obedecer”, “Um não era
um não e nunca era questionado, assim como um vai pro seu quarto agora” são exemplos
de relatos feitos pelos pais. Obedeciam a tudo e, quase sempre, bastava um “olhar
43” da mãe, para “sair de fininho” imediatamente.
Podemos dizer que o mundo mudou ou foram as crianças? Eu
percebo que os dois. A velocidade que a informação se propaga, atualizações de
conceitos, valores e crenças, a pluralidade de opiniões... Tudo isso junto e
misturado fez com que a sociedade venha adotando novos hábitos e, por
consequência, transmitindo às crianças.
A democracia e a liberdade de expressão dão vozes aos
pensamentos e opiniões, que passaram a ser expressas de várias formas.
Por tudo isso, é normal convivermos com crianças com mais
desenvoltura ao expor suas ideias e opiniões. O ponto é que, nem sempre, elas
conseguem adotar um modelo gentil e diplomático de falar. Mas isso faz parte do
desenvolvimento da criança, porque ela está no processo de construção da sua
identidade, pensamento e inteligência emocional.
A questão que estamos dando foco é: uma criança que concorda
com tudo e não expressa suas emoções pode ser considerada uma criança
“boazinha”? Isso seria um comportamento real ou imaginário para os pais?
No outro lado da moeda, estariam as crianças que
questionam e que se manifestam o tempo todo e, por isso, podem ser consideradas
crianças “difíceis”? São filhos que não obedecem aos pais e não acatam todas as
regras, sem antes provocar um diálogo ou discussão sobre a orientação recebida.
Nem sempre, o fato de a criança ser tranquila significa que
ela concorde e aceite tudo o que os pais falam. O silêncio e a passividade excessivos
podem mascarar uma fragilidade dos pequenos e o medo em expor suas emoções e
sentimentos. Insegurança e baixa autoestima podem ser motivadores dos filhos
concordarem com tudo.
Em paralelo, os falantes e argumentadores, também, podem usar
os questionamentos como oportunidade de demonstrar um alerta aos pais
controladores, cujo modelo de educação é baseado no autoritarismo e coação.
Assim, dentro de uma ótica simplista, os
“bonzinhos” seriam cordatas e os “difíceis” questionadores. Porém, são muitos
aspectos a serem considerados e é bem difícil definir o estilo de comportamento
da criança, sem antes avaliar o sistema familiar no qual ela é educada. O
recomendado é não usar nenhum outro rótulo, porque cada criança é ÚNICA
e, por isso, merece respeito à individualidade e às características pessoais.
Aos pais, cabe olhar e avaliar como têm exercitado a
parentalidade e se os modelos adotados estão sendo efetivos.
Amor, carinho, acolhimento, diálogo e empatia
ajudam na melhoria da relação com seus filhos e abrem portas para a qualidade
de vida das famílias.
Um abraço,
Julsley Valle
Sobre a autora
Eu
sou Jusley Valle e o meu trabalho consiste em apoiar pais, crianças e
professores no processo de educação consciente, por meio do
desenvolvimento de habilidades e competências, para lidar com emoções e
comportamentos, melhorando as relações e a qualidade de vida.
Atuo
como Consultora Educacional, Educadora Parental, Facilitadora
para Pais, Analista de Perfil Comportamental, utilizando a Disciplina Positiva,
o Coaching Infantil e a Psicologia Positiva.
Querem
saber mais? Fiquem atentos aqui e nas minhas redes sociais: @jusleyvallecoach e
o meu site www.jusleyvallecoach.com/.