*Por Jusley Valle

Sim pais! Muita atenção ao usar rótulos para seus filhos, porque os rótulos são afirmações que podem aprisionar a criança na infância e se manter na fase adulta.

No geral, quando pensamos em rótulos, automaticamente, somos direcionados a aspectos negativos. Mas, na verdade, os rótulos podem ser usados para pontuar tanto um bom quanto um mal comportamento, por exemplo.

Quando os pais insistem em impor adjetivos tanto positivos quanto negativos aos seus filhos, o cérebro da criança registra essa informação e acredita, verdadeiramente, que ela tem que assumir o referido rótulo e se comportar como tal.

Nessa fase, os pequenos criam uma crença na qual acreditam ser o correto e passam a se comportar de acordo com o que é “esperado” deles.

Durante o processo de aprendizado, a criança vai construindo e solidificando suas crenças e valores, baseada no que lhe é transmitido pelos pais ou cuidadores. Por isso, é preciso cautela com as atitudes e, principalmente, com as palavras e afirmações que são ditas às crianças.

Até os 7 anos de idade, a criança vai formando a base da sua pirâmide emocional, o que significa que esse período é crucial, para a consolidação da personalidade dos pequenos. Claro que fatores genéticos interferem, mas a ação do meio onde a criança é educada tem papel importante. A partir dessa idade, a criança começa, então, a aplicar habilidades cognitivas que permitem suas escolhas. Porém, o alicerce emocional já foi construído.

Nesse sentido, a criança funciona como uma “esponja”, absorvendo não só aquilo que é dito pelos pais, mas também seus comportamentos.

É difícil, eu sei. Quantas vezes, estamos cansados, estressados e perdemos a paciência com nossos filhos. Nem sempre, os pais percebem que estão atingindo em cheio a autoestima das crianças. Fazem comentários sem notar que o ouvido das crianças é bem mais apurado, quando se refere à fala dos pais.

Portanto pais, cuidem para não engessar seus filhos com rótulos, usando palavras ou mesmo repetindo discursos.

Lembrem-se, que mesmo os rótulos positivos, também, correm o risco de provocar um efeito negativo. Rotular uma pessoa com palavras de elogio pode criar uma imagem que, de fato, não existe. A criança entende que ela não tem o direito de sentir ou se comportar de outra maneira que não seja igual ao rótulo.

Dentro desse cenário, a criança assume que precisa “dar conta” e atender a todas as expectativas dos pais e, portanto, não são permitidas falhas ou erros. Inicia-se aí, um processo de cobrança interna e atingimento da perfeição na mente da criança, onde não há espaço para a frustração e, consequentemente, aprendizado.

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, comprovou que educar crianças sem a oportunidade do erro e do acerto é uma forma de limitar o desenvolvimento cerebral e a inteligência emocional, porque a criança sofre a privação do ato de experimentar.

Cada pessoa é única e diferente. Em muitos casos, os filhos adotam comportamentos impostos pelos rótulos recebidos, porque não conseguem expressar que não se reconhecem ou não atendem às expectativas geradas pelos próprios pais.

Podemos criar plantas e animais, mas educar dá trabalho e é um processo lento e contínuo. Não é uma tarefa que se faz em um final de semana e pronto! É sim um desafio diário. Por isso, cuidem de educar seus filhos fora do senso comum e não os comparem a outras crianças. Respeitem a individualidade deles e a sua também.

Um abraço e até o próximo!

Sobre a autora

Eu sou Jusley Valle e o meu trabalho consiste em apoiar pais, crianças e professores no processo de educação consciente, por meio do desenvolvimento de habilidades e competências, para lidar com emoções e comportamentos, melhorando as relações e a qualidade de vida.

Atuo como Consultora Educacional, Educadora Parental, Facilitadora para Pais, Analista de Perfil Comportamental, utilizando a Disciplina Positiva, o Coaching Infantil e a Psicologia Positiva.

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