*Por Jusley Valle

Olá! Hoje, vamos falar sobre crianças que são tratadas como o "centro das atenções".

O que é infantolatria? É quando os pais ou cuidadores tratam os filhos ou as crianças como "reis" se tornando súditos e valorizando, excessivamente, atitudes ou comportamentos das crianças. 

Nessa condição, os pais ficam, totalmente, disponíveis aos desejos dos filhos, eximindo-se de qualquer autorresponsabilidade, criando assim, um adulto pouco humilde e inflexível por ter as suas vontades realizadas.

Crianças educadas com visão "unlimited", isto é, sem limites serão adultos arrogantes que passarão como um rolo compressor por cima dos outros.

Já na infância, terão dificuldade de se relacionar, de aceitar a diversidade, de respeitar ao próximo e de estreitar amizades, porque crianças educadas dentro desse cenário se tornam muito autocentradas e egóicas, ignorando os direitos das outras pessoas.

Além disso, se sentem superiores, como seres de uma categoria acima das demais, onde suas opiniões são a verdade absoluta e todos as suas vontades devem ser atendidas por todos, custe o que custar.

O conceito de que a criança assume o papel do "rei da casa" foi identificado pelo filósofo suíço Jean Jacques Rousseau, no século 18, quando os filhos eram vistos como "Deuses" e as mães, como "Santas", tratando a maternidade como uma dádiva de Deus, fazendo referência ao catolicismo e analogia à Maria, mãe de Jesus. 

Já no século 20, com a entrada da mulher no mercado de trabalho e todas as revoluções na sociedade, as mães começaram a perder essa posição santificada e essa compreensão começou ser dissipada, pois não havia mais espaço para a permanência desse rótulo.

Entretanto, ainda nos dias de hoje, vemos muitas mães e pais mantendo esse padrão de comportamento, devido à culpa carregada por terem que trabalhar e deixar seus filhos nas mãos de cuidadores, familiares, creches ou escolas.

Contudo, é necessário perceber que o mundo mudou e com ele a sociedade. Nesse embalo, as famílias, também passaram por grandes transformações, alterando a dinâmica familiar e as relações com os filhos. Por isso, abrir espaço para a quebra desse padrão de idolatria é importante não só para o sistema familiar, mas, também, para o desenvolvimento da inteligência emocional das crianças e do pensamento de coletividade, onde não cabe mais olhar somente para o próprio umbigo, egoisticamente.

Portanto pais, fiquem alertas, se vocês percebem se seu filho domina a dinâmica da família, como por exemplo: é ele quem escolhe que tipo de passeios a família fará, qual a música será ouvida, qual a programação a ser assistida na tv ou, ainda, define um cardápio único a ser oferecido, durante as refeições. Tais comportamentos são exemplos de que a criança está assumindo o papel de comando ilimitado. 

Sobre a autora 

Eu sou Jusley Valle e o meu trabalho consiste em apoiar pais, crianças e professores no processo de educação consciente, por meio do desenvolvimento de habilidades e competências, para lidar com emoções e comportamentos, melhorando as relações e a qualidade de vida.

Atuo como Consultora Educacional, Educadora Parental, Facilitadora de Pais, Analista de Perfil Comportamental, utilizando a Disciplina Positiva, o Coaching Infantil e a Psicologia Positiva.

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