*Por Jusley Valle

Segundo especialistas, a ordem de nascimento afeta a dinâmica dos filhos dentro da família. É muito comum as crianças fazerem comparações entre os irmãos, aplicando uma régua de avaliação interna de si.

Ao nascer dentro de uma família, assumimos papéis como se estivéssemos atuando em uma peça de teatro, na qual a ordem de nascimento faz com que a criança atue com características próprias de cada personagem.

A maioria das crianças acredita que precisa ser diferente, para ter senso de pertencimento e se sentir importante. Dentro desse cenário é comum a criança acreditar que sua única chance de se destacar como filho é:

- Desenvolver alguma competência em uma área específica e completamente diferente dos demais;

- Competir na tentativa de ser melhor do que os irmãos;

- Criar sentimento de revolta ou vingança;

- Desistir e se auto menosprezar com a crença de que não é capaz.

Isso ocorre mesmo com irmãos na mesma família, filhos dos mesmos pais e morando na mesma casa. Algumas crianças precisam desempenhar papel de filho rebelde, estudioso, atleta, criativo, comunicativo e assim por diante, assumindo rótulos.

Crianças educadas dentro do mesmo modelo podem entender a educação de maneira distinta. O fato é que as crianças são ótimas observadoras e fracas intérpretes; Por isso, enxergam o mesmo modelo de educação com lentes diferentes.

Filhos mais velhos, por exemplo, tendem a ser mais mandões, competitivos, críticos, líderes, responsáveis e conservadores, entre outras , características. De modo geral, pensam que são melhores e que estão em uma categoria superior  em relação aos irmãos.

Os mais novos, por outro lado, são mais mimados. Magoam-se com facilidade, têm mais ataques de birra e, muitas vezes, sentem pena de si mesmos. São criativos e divertidos, mas podem usar e manipulação com os outros a favor de si. Tendem a desenvolver a crença de que se sentem amados, quando são cuidados pelos outros.

Já os filhos do meio se sentem "esmagados" no intervalo entre os extremos. Se veem sem a primazia e os privilégios hierárquicos do mais velho e sem os benefícios de proteção e mimos do mais novo. Interpretam, equivocadamente, a crença de que precisam fazer algo para serem notados no sistema familiar e na relação entre irmãos. Normalmente, são pacificadores, defensores dos oprimidos e mais liberais que os mais velhos.

Conhecer essa dinâmica ajuda os pais a entenderem melhor como funciona a visão dos pequenos quanto à ordem de nascimento e a lidarem com eficiência nas relações familiares.

Ah, e os filhos únicos, também possuem seus traços? Você vai me perguntar. Sim, mas sobre eles, falarei em outro artigo.

Forte abraço!

Sobre a autora

Eu sou Jusley Valle e o meu trabalho consiste em apoiar pais, crianças e professores no processo de educação consciente, por meio do desenvolvimento de habilidades e competências, para lidar com emoções e comportamentos. melhorando as relações e qualidade de vida.

Atuo como Consultora Educacional, Educadora Parental, Facilitadora para Pais, Analista de Perfil Comportamental, utilizando a Disciplina Positiva, o Coaching Infantil e a Psicologia Positiva.

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