28 de Setembro de 2020

Agressividade infantil

*Por Jusley Valle


Seu filho está muito agressivo! Como lidar com a agressividade infantil?


Sabemos que a habilidade de se comunicar é de extrema importância para as nossas relações, na família, na sociedade, no trabalho...  Em todas as áreas da nossa vida.


Mas o que muitos pais não percebem é que a comunicação é um dos pilares para a construção do comportamento e do desenvolvimento infantil. Ao longo do tempo, a criança vai absorvendo a linguagem por meio da qual ela é tratada e educada e convertendo esse modelo de comunicação na forma de se expressar e de se relacionar.


Ao chorar, o bebê "diz" que algo incomoda. Seja dor, fome ou sono... O que os pais não sabem é que, quando deixam o bebê chorar, acreditando que tal atitude é educativa, na verdade, estão fazendo o bebê desistir. Infelizmente, a criança para de chorar não porque se cansou ou aprendeu a lição, mas porque parou de insistir, por meio do choro, na sua necessidade que não foi atendida.


Os pais adotam essa atitude, porque existe a crença de que estão educando a criança. Mas, não atender às necessidades básicas da criança representa uma das primeiras características do abandono parental que, por si só, já é um ato de violência emocional e gera agressividade.


A neurociência explica que crianças educadas com gritos e palavras negativas, correm o risco de se tornarem, já na infância, crianças agressivas, inseguras e medrosas como resposta ao modelo educacional recebido e, também, como defesa.


Além disso, perdem a habilidade de demonstrar seus sentimentos de forma tranquila e clara, resultando em distanciamento em relação aos pais, demais membros da família, se ampliando para a escola, dificultando a socialização.


Durante o processo de desenvolvimento, a criança começa a perceber a linguagem usada pelos pais que são seus modelos. Se não há interlocução ou se os pais não interagem com os filhos com amorosidade, geram o isolamento e a falta de conexão. Se os pais se comunicam gritando ou falando excessivamente, teremos crianças irritadas e difíceis de lidar. Por esses motivos, é preciso encontrar o meio termo.


De acordo com a Teoria Cognitivo Comportamental, o cérebro de uma pessoa só estará totalmente desenvolvido por volta dos 21 a 24 anos. Portanto, a criança pode crescer, se tornar um adolescente e iniciar a fase adulta, construindo tanto linguagem quanto comportamento agressivos. Esse arcabouço interfere na maneira como a criança vai conviver com seus amigos, e, futuramente, no trabalho e nas suas relações afetivas.


Marshall Rosenberg, psicólogo americano que desenvolveu o método comunicativo chamado Comunicação Não Violenta afirma que a maneira como os pais dialogam com os filhos tem um reflexo direto na formação infantil. O modelo adotado pelos pais se reflete dentro do próprio sistema familiar e afeta, diretamente, a conexão entre pais e filhos. Crianças educadas com gritos e ameaças se tornam adultos inseguros, com medo e agressivos.


Portanto pais, ao perceberem a agressividade nos seus filhos, reflitam sobre o processo de comunicação entre vocês. Fiquem atentos,  porque damos o que recebemos e assim será com seus filhos.


A não ser que passem por um processo terapêutico e de autodesenvolvimento, o ajuste da rota pode ter um custo emocional elevado para as crianças.

Sobre a autora


Eu sou Jusley Valle, Consultora Educacional e Fundadora da Academia de Pais Conscientes.


Atuo como Consultora Educacional, Educadora Parental, Facilitadora para Pais, Analista de Perfil Comportamental, utilizando a Disciplina Positiva, o Coaching Infantil e a Psicologia Positiva e o meu trabalho consiste em apoiar pais, crianças e professores no processo de educação, por meio do desenvolvimento de habilidades e competências, para lidar com emoções e comportamentos, melhorando as relações e a qualidade de vida.


Estou no Instagram, no Blog da Academia de Pais Conscientes, no Facebook, no Spotify e nos meus sites www.academiadepaisconscientes.com/ e www.jusleyvallecoach.com/.

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