Editorias
Falar demais e agir de menos
*Por Jusley Valle
Será que você está falando demais e agindo de menos em relação aos seus filhos?
Muitas vezes, a gente se preocupa tanto em dar sermão e ficar repetindo para nossos filhos o que eles devem ou não fazer, como agir, falar, se comportar que se esquece de que agir.
Falar é útil, mas agir é bem mais positivo do que ficar poluindo a mente da criança com discursos repetitivos e falação.
Nós, pais, esquecemos de que as crianças absorvem e aprendem melhor observando. Por isso, o ideal é dar o exemplo por meio das nossas ações e da comunicação não violenta.
Quem nunca ficou falando e, até, gritando com as crianças? E a gente só percebe que agiu assim, depois de um tempo e, então nota que elas não estavam ouvindo nada. Que falamos com as paredes... Algumas chegam a colocar as mãos nos ouvidos, nos desafiando. E aí, ficamos com muita raiva e reagimos falando mais ainda.
Eu também já fiz isso, até aprender que não resolvia falar como um disco arranhado e que essa atitude não me conectava com a minha filha, porque estava me tornando chata, repetitiva e cansativa.
Claro que isso me deixava estressada e quanto mais eu ficava irritada, mais falava e aumentava a temperatura do meu discurso, o que me desconectava com ela.
Foi, então, quando percebi que precisava mudar o discurso e alterar a abordagem. E, assim, aprendi que usar a empatia é uma ótima estratégia.
Usar frases empáticas que demonstrem nossa percepção sem julgamento, como por exemplo:
- “Filha, eu vi que sua toalha molhada ficou em cima da cama. Será que não vai molhar o colchão? Depois, você vai se deitar na cama úmida.”
- “Ih, já chegou a hora do jantar, mas a mesa está ocupada com seus materiais. Você poderia me ajudar retirando?”
Com este tipo de frase, a gente alerta nossos filhos sobre a situação e, indiretamente, expressa o que deseja que seja feito, envolvendo a criança com a percepção do que necessita ser alterado e tomada de decisão de forma colaborativa.
É bem importante que a criança atenda e mude o comportamento com a visão de colaboração e não, somente, com uma atitude de obediência a uma ordem dada pelos pais.
Já falei em outros artigos que uma ferramenta excelente é criar regras e combinados em parceria com a criança, mas não vale impor as condições. O ideal é permitir que a criança opine e faça sugestões, porque, assim, ela terá senso de pertencimento, importância e colaboração.
Não esquecer de prestar atenção ao tom de voz usado, pra não parecer ameaça ou ironia e evitar repetecos com as reclamações.
Gostou? Essas são algumas das ferramentas da Disciplina Positiva que podem te ajudar a praticar uma educação respeitosa e firme.
Um abraço!
Sobre a autora
Eu sou Jusley Valle, Consultora Educacional e Fundadora da Academia de Pais Conscientes.
Atuo como Consultora Educacional, Educadora Parental, Facilitadora para Pais, Analista de Perfil Comportamental, utilizando a Disciplina Positiva, o Coaching Infantil e a Psicologia Positiva e o meu trabalho é apoiar pais, crianças, avós, tios, padrastos, professores... no processo de educação, desenvolvendo habilidades e competências, para lidar com emoções e comportamentos, que tornem nossas relações mais leves com ganho de qualidade de vida.
Academia de Pais Conscientes está no Instagram, no Facebook, no YouTube, no Blog, no Spotify e nos meus sites www.academiadepaisconscientes.com/ e www.jusleyvallecoach.com/.