As máscaras são um recurso usado por muitas pessoas para a proteção das vias respiratórias. Elas podem ser de diferentes tipos e podem garantir proteção, por exemplo, contra poeira, fumaça e, até mesmo, micro-organismos. Além disso, elas podem impedir a disseminação dos agentes causadores de uma doença pelo próprio doente. Vale salientar, no entanto, que cada máscara apresenta uma propriedade distinta e deve ser escolhida de acordo com a situação enfrentada.
O uso de máscara como proteção das vias respiratórias ganhou destaque na atualidade em virtude da pandemia de covid-19. Muitas pessoas passaram a questionar se as máscaras seriam ou não eficientes na proteção contra a doença e quem deveria utilizá-las. A Organização Mundial de Saúde (OMS) inicialmente recomendou que o uso fosse feito apenas por profissionais da saúde, cuidadores e doentes, porém, após a análise de vários trabalhos, concluiu-se que as máscaras são uma importante medida preventiva e que seu uso por todos da população ajudaria a conter a transmissão da covid-19.
Diferentes tipos de máscara e sua eficiência
Existem diferentes tipos de máscara para garantir a proteção das vias respiratórias. Algumas conseguem garantir a proteção contra alguns agentes químicos, enquanto outras são capazes de proteger também contra alguns agentes biológicos causadores de doenças. Apesar de muitas pessoas pensarem que a utilização de máscara é restrita a profissionais da saúde, outros grupos podem e devem fazer uso desses equipamentos. Profissionais que trabalham na área industrial, por exemplo, devem fazer uso de máscaras específicas para garantir proteção contra alguns gases e vapores que podem surgir durante as atividades realizadas na indústria.
No que diz respeito à área da saúde, as máscaras são importantes para garantir, principalmente, a proteção dos trabalhadores que estão sujeitos ao contato com agentes etiológicos eliminados pelo doente pela fala, espirro ou tosse, e também para evitar que o indivíduo doente disperse esses agentes.
Esses agentes podem ser eliminados por gotículas ou aerossóis (partículas pequenas que ficam em suspensão). As gotículas têm um tamanho de cerca de 5 µm e podem atingir as fossas nasais e a cavidade bucal. Os aerossóis, por sua vez, são menores, permanecem por um longo período no ar e podem penetrar mais profundamente no nosso sistema respiratório quando inalados. Algumas doenças são transmitidas por gotículas, como a coqueluche e a caxumba, e outras são transmitidas por aerossóis, como é o caso do sarampo e da tuberculose.
Compreender a forma de transmissão de uma doença é essencial para adotar medidas de proteção eficientes, como a identificação do melhor tipo de máscara a ser utilizado. Para doenças transmitidas por gotículas, pode ser utilizada a máscara cirúrgica no paciente e no profissional que entrará em contato com o doente. A máscara cirúrgica protege também contra a projeção de sangue e outros fluidos corporais que possam atingir as vias respiratórias do profissional. Vale salientar que as máscaras cirúrgicas não conseguem proteger de maneira adequada contra os aerossóis, pois elas não garantem, por exemplo, uma vedação adequada no rosto.
Covid-19 e o uso de máscaras
Com a pandemia de covid-19, iniciada em 2020, autoridades médicas de todo o mundo começaram a se questionar se o uso de máscaras de proteção poderia ajudar a frear a doença. Há muito tempo se reconhece a importância do uso de máscaras específicas a fim de evitar a transmissão e o contágio de doenças, sendo máscaras cirúrgicas, por exemplo, já utilizadas por profissionais da saúde em diferentes contextos.
Inicialmente, a OMS recomendou a utilização de máscaras cirúrgicas apenas para pessoas com sintomas respiratórios, profissionais de saúde e pessoas que estavam em contato com pessoas com sintomas respiratórios ou suspeitos de ter a doença. Pessoas sem sintomas, portanto, não necessitariam fazer uso da máscara.
Outros órgãos de saúde, no entanto, chamaram a atenção para o fato de que pessoas assintomáticas poderiam transmitir a doença sem que soubessem e, portanto, o uso de máscara por toda a população poderia reduzir essa transmissão. Após a análise de vários trabalhos, a OMS chegou à conclusão de que o uso de máscara seria uma medida fundamental para reduzir a transmissão da covid-19.
Um fato que preocupou as autoridades no início da pandemia foi a escassez de máscaras no mercado. De acordo com a OMS, o uso das máscaras é essencial para as pessoas que estão na linha de frente de combate ao vírus, portanto o uso por toda a população poderia deixar esses profissionais desprotegidos pela falta do produto. Nesse contexto, surgiu, para minimizar esse problema, a confecção de máscaras caseiras.
O uso de máscaras de pano pela população é eficiente?
As máscaras de tecido ou caseiras podem ser utilizadas pela população para reduzir a transmissão e contaminação pelo SARS-CoV-2. De acordo com o Ministério da Saúde, essas máscaras podem funcionar como uma barreira física contra o vírus. Para que funcione adequadamente, no entanto, a OMS recomenda que elas apresentem três camadas:
1. uma camada mais interna fabricada com um material hidrofílico, como algodão ou misturas de algodão;
2. uma camada mais externa fabricada com material hidrofóbico, tais como polipropileno, poliéster ou misturas desses materiais. O uso desses materiais é importante para limitar a contaminação externa por penetração até o nariz e a boca do usuário;
3. uma camada intermediária hidrofóbica produzida com material sintético não tecido, como polipropileno, ou uma camada de algodão, para que ocorra uma melhor filtração ou retenção de gotículas.
As máscaras de tecido são de uso individual, não devendo ser compartilhadas nem mesmo por pessoas da mesma família. Seu uso deve ser feito por cerca de duas horas, sendo necessário trocar após esse período ou quando estiver úmida. Após o uso, as máscaras caseiras devem ser higienizadas.
A OMS recomenda que as máscaras de tecido sejam lavadas com sabão ou detergente e, de preferência, com água quente, apresentando pelo menos 60ºC. Ainda de acordo com a Organização, se não for possível lavar a máscara com água quente, deve-se utilizar água com sabão em temperatura ambiente e, depois, ferver as máscaras por 1 minuto. A recomendação da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) é que a máscara seja lavada previamente com água corrente e sabão neutro e, depois, seja deixada de molho na água, sabão e água sanitária ou equivalente por cerca de 20 a 30 minutos.
Como utilizar máscaras descartáveis
As máscaras descartáveis são importantes para pessoas doentes e também para pessoas que cuidam de pessoas que estão com doenças transmissíveis por secreções respiratórias, como é o caso da covid-19. Para utilizar essas máscaras, alguns cuidados devem ser tomados.
1. Antes de utilizar a máscara, faça a adequada higienização das mãos, lavando bem com água e sabão ou utilizando álcool 70%.
2. Verifique se a máscara está em perfeitas condições para uso, não contendo regiões rasgadas, por exemplo.
3. Verifique o lado que deve ficar voltado para fora e identifique o lado que deve ficar para cima.
4. Coloque a máscara no seu rosto e aperte a região da tira de metal ou borda mais rígida para que ela se adapte ao formato do nariz.
5. Ajuste a máscara para que ela cubra a boca e o nariz, de modo a deixar o mínimo de espaço possível entre o rosto e a máscara. A parte inferior deve cobrir a boca e o queixo.
6. Durante o uso, não toque na região da frente da máscara.
7. Para fazer a remoção, utilize as tiras laterais e evite que a máscara entre em contato com seu corpo ou outros objetos.
8. Descarte imediatamente a máscara em uma lixeira fechada após seu uso.
9. Após retirar a máscara, faça a higienização das mãos.
10. Nunca faça a reutilização de máscaras descartáveis.
10 informações sobre máscaras e covid-19 que todos devem saber
1. A recomendação atual é de que toda a população faça uso de máscara de proteção a fim de evitar a transmissão e se proteger da covid-19.
2. As máscaras caseiras podem ajudar na prevenção e controle da doença, mas elas devem seguir algumas recomendações para a fabricação. A OMS sugere que as máscaras contenham três camadas.
3. As máscaras devem ser trocadas após duas horas de uso ou caso fiquem úmidas.
4. O uso simultâneo de duas máscaras (máscara cirúrgica sobreposta por uma de tecido) reduz o risco de transmissão da covid-19, segundo um estudo divulgado pelo Centro de Controle Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos.
5. Profissionais de saúde, durante suas atividades, não devem usar máscaras caseiras.
6. Indivíduos que apresentam maior risco de desenvolverem casos graves da doença tais como idosos e pessoas com comorbidades, devem utilizar máscaras cirúrgicas em situações em que não for possível manter o distanciamento físico.
7. Cuidadores e pessoas que estão convivendo com o doente devem utilizar máscaras cirúrgicas quando estivem no mesmo cômodo que o doente.
8. O uso da máscara não isenta um indivíduo de praticar outras medidas essenciais para se prevenir da doença, tais como manter o distanciamento físico, evitar aglomerações e lavar sempre as mãos com água e sabão ou higienizá-las com álcool 70%.
9. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, crianças com menos de dois anos não devem usar máscaras, pois apresentam um maior risco de sufocação, devido à salivação intensa, vias aéreas de pequeno calibre e imaturidade motora.
10. Crianças com mais de dois anos devem fazer uso das máscaras de proteção para evitar a contaminação pelo vírus causador da covid-19. Crianças menores devem ser supervisionadas sempre por um adulto, sendo fundamental que os pais informem seus filhos sobre a importância e a forma correta de utilização.
Fonte: Site: Brasil Escola
Por: Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia