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Você sabia que a forma de se comunicar com seus filhos faz toda a diferença?
*Por Jusley Valle
É meus queridos, todos nós precisamos nos comunicar. O que eu estou fazendo aqui, por meio deste artigo, é me comunicar com vocês.
E a gente se comunica o tempo todo...Na família, na escola, no trabalho, com os amigos, nas relações. Em todos os momentos e de diversas formas: falando, escrevendo, por gestos e por expressões faciais ou corporais. E assim também é com as crianças, mesmo aquelas que ainda não sabem falar e se comunicam pelo choro.
Mas antes de falar exatamente sobre a comunicação na família, vamos entender o que é a Comunicação Não Violenta.
A CNV é uma forma empática e respeitosa da gente se comunicar e se expressar. É um excelente caminho para exercitar a empatia, passando por quatro etapas: observando a situação, expressando sentimentos, pedindo o que se deseja e propondo uma solução.
Segundo Marshall Rosenberg, psicólogo americano que desenvolveu a abordagem da Comunicação Não Violenta, fomos criados em uma sociedade que entende violência como um ato violento físico. Mas violência não se restringe ao nosso corpo. Existem, também, outras formas como a violência emocional, verbal e psicológica.
Marshall trabalhou em escolas e universidades em sintonia com o movimento contra a segregação racial em mais de 65 países, atuando como negociador de conflitos e, assim, concluiu que não enxergamos que nossas palavras, também, podem ser violentas e transmitir agressividade.
Culturalmente, violência é bater, matar, agredir fisicamente...como diríamos popularmente, “chegar às vias de fato”. Mas, na verdade, a violência e a agressividade estão presentes, ainda que de forma oculta, em nossas palavras, naquilo que pensamos e dizemos e na maneira como nos expressamos. A violência passiva ou o discurso passivo agressivo é uma das mais nocivas formas de se comunicar e se relacionar. Por isso, eu acredito que a Comunicação Não Violenta é uma excelente ferramenta que ajuda a expressar suas ideias, facilitando o diálogo e o entendimento da mensagem. E tudo isso é possível, quando você se conhece e consegue gerir suas emoções.
Muitas vezes, magoamos o outro sem perceber. Isso é normal e acontece, mesmo quando não queremos. Um simples comentário, mal colocado, pode atingir em cheio o ouvinte. Por isso, quanto mais você se conhecer, mais conseguirá se comunicar de forma não violenta. Assim, fica mais fácil transmitir o que sentimos, sendo eficientes ao enviar a mensagem, sem magoar o outro. Além disso, qualquer assunto pode ser discutido e entendido, quando o canal de comunicação está aberto.
Em geral, as pessoas se fecham em suas “verdades”. Algumas, por medo, traumas, crenças. Porém, o mais importante é saber que o diálogo abre portas e, somente por meio dele, construímos pontes e relações, sejam elas quais forem.
E aí vai uma dica: saber ouvir também faz parte do diálogo, tá?! Costumo dizer o seguinte: aquilo que não é dito se torna “mal dito”.
Dessa maneira, para que a comunicação seja leve e eficaz, o ideal é que não haja julgamentos, antes de emitirmos nossa opinião. Quando nos comunicamos de forma violenta, estamos lançando mão de pré-conceitos e padrões que nos limitam e que não permitem que analisemos a situação com a lente do outro. Ou seja, empaticamente.
Por isso, Marshall afirma que todos precisam de amor e compreensão. E, somente por meio da Comunicação Não Violenta, somos capazes de atingir a qualidade de vida nas nossas relações familiares e com as demais pessoas com as quais convivemos.
A Comunicação não violenta pode e deve ser usada em qualquer ambiente ou situação: no trabalho, entre pais e filhos, nas relações de casais, em negociações, em escolas, com amigos.
Tá muito teórico, eu sei. Vou dar um exemplo bem típico de discurso violento de uma mãe em relação filho:
“Que droga! Você é um bagunceiro, deixa tudo espalhado! Eu fico doida com esta bagunça! Não aguento mais você tão desorganizado! Tô de saco cheio! Se você não arrumar tudo em 5 minutos, vou jogar no lixo tudo que encontrar pela minha frente!”
Então, qual seria uma boa opção usando a Comunicação Não Violenta?
“Filho, seu quarto está muito bagunçado hein... Eu fico muito cansada de arrumar tudo sozinha e eu não tenho superpoderes. Por isso, preciso de um pouco mais de organização pra facilitar a nossa rotina. Você poderia me ajudar arrumando seu quarto? Posso contar com a sua ajuda?“
Deu pra sentir a diferença? Baixamos a temperatura do discurso, sem deixar de dizer o que desejamos.
Usar a CNV não é concordar com tudo, mas abrir portas para o diálogo e para a negociação.
Dessa forma, os pais conseguem manter um diálogo equilibrado com os filhos, sem travar uma luta diária. Os filhos entendem mais facilmente a mensagem passada pelos pais e atendem ao pedido com espírito de colaboração e não de simples obediência a uma ordem. Não há a menor necessidade de gritos, ameaças e aborrecimentos.
Use o estilo de parentalidade democrático. Se você não sabe qual o seu estilo e quiser saber mais sobre o assunto, fale comigo!
A Comunicação não violenta é uma forma dos pais e das pessoas atingirem seus objetivos, respeitando o outro. Saber ouvir e saber falar são essenciais, para mantermos um canal aberto e saudável nas relações, não só entre pais e filhos, mas também dentro de toda família.
Quando você pratica a Comunicação não violenta, você aciona o que chamamos de “escuta ativa” que é ouvir e entender o outro, além de só escutar e julgar. Por trás de uma criança arrogante e violenta, provavelmente, encontraremos pais agressivos.
É preciso ouvir para escutar e não para responder.
Que tal praticar a CNV com seus filhos? Tenho certeza de que suas relações se tornarão mais fortes e tranquilas.
Um abraço e até o próximo artigo!
Sobre a autora
Eu sou Jusley Valle, Consultora Educacional e Fundadora da Academia de Pais Conscientes.
Atuo como Consultora Educacional, Educadora Parental, Mentora para Pais, Analista de Perfil Comportamental, utilizando a Disciplina Positiva, o Coaching Infantil e a Psicologia Positiva.
Na prática, eu ajudo pais, filhos, tios, avós, padrinhos, padrastos, cuidadores a se comunicarem de forma AFETIVA, encontrando soluções para problemas do dia a dia por meio de ATENDIMENTOS, MENTORIAS e CURSOS.
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