* Por Acilea Cunha

Hoje levantei triste e desiludida com a vida, com as minhas conquistas, com meus objetivos.  Fui para a sala e liguei a televisão, notícias sobre a vacina, sobre política e falta de empregos. Procurei então o Telecine e achei um filme de terror, onde zumbis nos assombravam e amedrontavam, continuei procurando e achei policiais e bandidos se defrontando numa correria louca.

Finalmente, captei um lindo documentário sobre umas ilhas no Pacífico, lindas praias com ondas que iam e vinham, encantando a todos e nos deixando com vontade de mergulhar, sentindo na pele a frescura daquelas águas.

Um casal de namorados, enlaçados e felizes se beijavam e nos transmitiam aquele momento feliz que estavam vivendo. Crianças correndo barulhentas e alegres. Gaivotas planavam no ar, enquanto alguns ambulantes apregoavam seus produtos, parecia até que estávamos ali presente, ouvindo e presenciando os acontecimentos.

Um helicóptero passou fazendo aquele barulho característico, um jovem correu, pegou sua prancha e se jogou sobre as ondas, de repente alguém gritou, era um banhista que imprudentemente tinha se afastado muito e não conseguiu voltar, talvez cansaço ou mal súbito. O salva-vidas com braçadas rápidas foi em sua direção e prudentemente deu sua mão, que avidamente foi pega e assim, mais uma vida vida foi salva. Ao longe, uma prancha aparecia completando a paisagem daquela linda manhã.

Mas chegava ao fim o lindo documentário, mudei de canal e me vi sendo novamente assoberbada pelo noticiário. Dessa vez era sobre um acidente que ocorrera na ponte Rio Niterói, um ônibus bateu em um carro em que viajava uma família, ferindo o casal que esperava por socorro.

E assim, continuei trocando de canal, até encontrar um velho conhecido, um pescador afoito que pega os peixes e imediatamente solta-os no mar, devolvendo a sua origem. É interessante pois ele sempre conhece todos eles, suas espécies, como se desenvolvem e onde habitam. Assisti um pouco e desliguei a televisão.

Era mais um dia que terminava e após uma noite bem dormida, outro dia logo chegaria.

Assim é a vida, assim ela acontece....

Jornalista, associada e colaboradora da Revista da AABB-Rio