Por Jusley Valle

Já parou pra pensar que você, como pai ou mãe, pode ajudar seus filhos a lidarem com o excesso desse sentimento que afeta o sono, a alimentação, a concentração e o aprendizado da criança? 

Se é difícil pra gente, adulto, se controlar e lidar com a nossa ansiedade, como exigir que nossos filhos controlem a deles, porque cada pessoa reage e sente a ansiedade com uma intensidade diferente.

Eu sempre reforço que educar é um desafio diário e uma demonstração de amor, porque dá trabalho e exige dos responsáveis dedicação, paciência e respeito.

Mas, nem sempre, pais e filhos conseguem manter o equilíbrio e acabam perdendo a calma e deixando algumas situações até mais estressantes do que são. 

Existem várias razões pelas quais a criança fica ansiosa. Não há certo ou errado e nem é legal a gente fazer julgamento, se existe ou não um real motivo pra criança se sentir ansiosa porque cada criança é um ser único.

É importante os pais saberem que é normal e muito comum a criança se sentir ansiosa, quando, por exemplo, ela se depara com alguma situação diferente da rotineira ou que provoque uma mudança relevante na sua vida. 

E os motivos que levam à criança a se sentir ansiosa podem ser os mais diversos, desde uma viagem, uma prova, uma festinha ou ainda, a chegada de um irmãozinho mais novo, a mudança de escola ou de bairro.

Cada criança vai reagir de uma maneira, de acordo com o seu desenvolvimento e domínio das emoções, com base na sua estrutura emocional que começa a ser construída até os 7 anos. 

Um ponto a destacar é que as crianças de hoje recebem muitos estímulos que podem provocar ansiedade. São expostas ao excesso de informação, tecnologia, atividades esportivas, aulas de idiomas... Suas agendas ficam apertadas e acaba faltando tempo para brincar livremente e extravasar a ansiedade acumulada. 

Sem perceber, os pais sobrecarregam seus filhos o que faz com que a criança fique desconectada e isso é prejudicial, porque gera um padrão muito acelerado, de competição e de comparação na mente das crianças.

Elas se sentem muito cobradas, com a obrigação de dar conta de tudo e atender às expectativas que os pais projetam que só percebem isso pela mudança de comportamento da criança. Algumas ficam reclusas e outras agitadas. Por isso, é importante a gente prestar atenção pra identificar o que está provocando a ansiedade e ajudá-las a lidar com as causas.

Uma ótima dica é fazer perguntas sobre “o que” e “como” ela está se sentindo? Se ela quer falar sobre algo que está fazendo ela ficar com frio na barriga? 

Usar expressões de fácil entendimento para a criança, porque ela não sabe nomear a emoção ou sentimento.

Sabe uma outra dica que super funciona é a gente criar uma linha do tempo, voltar no passado e mapear os fatos que ocorreram e que podem estar gerando a ansiedade nos pequenos. 

Pode ter sido um fato isolado ou a repetição de algo. Por exemplo, a troca do cuidador que vai exigir um processo de adaptação por parte da criança.  A separação dos pais, mudança de escola ou de turma e até o falecimento de algum ente querido ou de um pet. Fatos que aconteceram em um passado recente e que podem estar afetando a criança. 

A ansiedade em excesso gera alguns distúrbios na infância que se potencializam na fase adulta e que cabem ser acompanhados por um psicólogo infantil, como por exemplo: dificuldade em se concentrar, isolamento social, roer unhas, enurese noturna (que é quando a criança volta a fazer xixi na cama), hiperatividade cerebral, distúrbios na alimentação entre outros. Tudo isso merece atenção porque pode ser somente a ponta do iceberg. 

Eu não sei e você sabe, mas a ansiedade pode surgir tanto por motivo bom quanto ruim. Quando a criança está ansiosa com um passeio na escola, por exemplo, é uma ansiedade por uma causa positiva que representa a novidade ou como será divertido! Já a ansiedade por uma prova é do tipo negativa que pode mascarar o medo e a insegurança.

Obrigada e até o próximo artigo!

Sobre a autora 

Eu sou Jusley Valle, Consultora Educacional, Educadora Parental e Fundadora da Academia de Pais Conscientes, o canal mais conectado aos pais e às pessoas interessadas em educação positiva.

Na prática, eu ajudo você a se comunicar de forma afetiva, se conhecer e a lidar com as emoções, encontrando soluções para os problemas do dia a dia, trazendo melhoria nas relações dentro de família com ganho de qualidade de vida.

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