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O seu filho é ciumento?
*Por Jusley Valle
É inevitável e normal que as crianças sintam ciúmes. E elas
podem sentir ciúmes na infância, por inúmeras razões: por alguma mudança na
estrutura da família, pela chegada de um irmãozinho, por não querer dividir a
companhia de um determinado amiguinho que ela gosta muito ou emprestar um
brinquedo ou mesmo por estar passando por uma fase de privação de afetividade
por parte de um dos pais. Porém, o primeiro ponto é reconhecer a emoção da
criança e acolher.
Você como pai, mãe, cuidador ou educador pode ligar suas
antenas, para captar e identificar se a criança está sentindo ciúme, por meio
de comportamentos e atitudes adotados por ela.
E eu já vou dando uma dica super importante pra você! Nessa
fase, não é recomendado brigar, criticar ou punir as crianças. A palavra-chave
é acolhimento.
Mas o que é o ciúme na infância?
É uma emoção gerada, quando a criança sente insegurança ou
perda em relação a uma pessoa (pais, amigos, cuidadores ou a alguma coisa,
brinquedos e objetos pessoais). A intenção da criança é preservar aquilo ou
quem ela pensa que está sendo ameaçado.
E o ciúme pode gerar uma série de emoções ruins e
comportamentos inadequados na criança como forma de chamar a atenção e na
tentativa de se validar. A criança pode demonstrar raiva, agressividade ou
rebeldia.
O choro excessivo, erros propositais, birras, tristeza,
isolamento, regressão de comportamento como voltar a falar igual a um bebê
também podem ser sinalizadores de que seu filho está tendo crises de ciúmes.
Quando isso acontece, o mais importante é saber lidar com
essa emoção e demonstrar para a criança que existe o compartilhamento saudável,
sem risco. Dividir não significa perder ou reduzir o “sentido de posse” que ela
mantém, mas aprender a socializar um objeto ou a atenção que ela recebe de
alguém.
Explicar para a criança que ela não está sendo abandonada e
que não está perdendo nada, para não fortalecer a crença de que está saindo
perdedora ou em minoria. É importante ensinar pra criança que é possível dividir
a atenção das pessoas ou as coisas com amor e respeito e, principalmente,
mantendo a autoestima da criança elevada.
Não quer dizer que os pais devam aceitar os comportamentos
inadequados dos seus filhos.
Os pais não só podem como devem estabelecer regras claras e
limites que são indicadores de até onde ela pode ir, mesmo no auge da emoção.
Colocar fronteiras, como por exemplo, não permitir agressividade ou tratamentos
rudes, durante as crises de ciúme, como bater ou morder.
Querem um exemplo: um bebê precisa de um pouco mais de
atenção do que uma criança maiorzinha, que já pode ir ganhando certa autonomia
e isso pode ser explicado para seu filho mais velho.
Para finalizar, segue uma dica infalível: envolva a criança
nos processos e nas escolhas,
na tomada de decisão, na organização e planejamento das
atividades da família.
Por exemplo, peça ajuda nos cuidados com o irmão mais novo
ou com o pet, apoio para organizar itens na dispensa ou arrumar o armário.
Claro que você vai delegar tarefas condizentes com cada
faixa etária do seu filho e que trarão cooperação, senso de pertencimento e de
utilidade para a criança.
Expressar o amor é a forma mais garantida de reduzir o ciúme
e fortalecer o vínculo com a criança.
Um abraço e até o próximo artigo!
Sobre a autora
Eu sou Jusley Valle, Consultora Educacional, Educadora Parental e Fundadora da Academia de Pais Conscientes, o canal mais conectado aos pais e às pessoas interessadas em educação positiva.
Na prática, eu ajudo você a se comunicar de forma afetiva, se conhecer e a lidar com as emoções, encontrando soluções para os problemas do dia a dia, trazendo melhoria nas relações dentro de família com ganho de qualidade de vida.
Academia de Pais Conscientes está no Instagram, no Facebook, no YouTube, no Telegram, nas principais plataformas de podcast como Spotify, Apple, Google e no meu Blog, com episódios atualizados em tempo real. Visite os meus sites www.academiadepaisconscientes.com/ e www.jusleyvallecoach.com/