*Por Jusley Valle

Muitos pais se mantêm presos aos antigos modelos de educação, praticando um discurso agressivo com seus filhos, ao usar frases como “aqui na minha casa quem manda sou eu” ou então “debaixo do meu teto, tem que fazer o que eu mando”. Mas o que o pais não percebem é que esse tipo de atitude não educa. Pelo contrário, só afasta a criança porque os filhos passam a temer seus pais, em vez de respeitar.

Se você usa esse discurso com seus filhos, cuidado, porque você pode estar sofrendo da Síndrome do Pequeno Poder e não perceber.

Esse modelo de comunicação violenta gera a crença equivocada de que você está no controle e que tudo está acontecendo do jeito que você deseja, mas como falei, isso é uma ilusão porque os filhos obedecem por medo e não porque entendem sobre o espírito de colaboração.

Esse comportamento reflete o que chamamos de parentalidade autoritária, que é um estilo de educação no qual não há diálogo e que acredita na força, no medo e no grito. E isso minha gente, sem contar na violência física que, também, pode existir.

Nesse discurso a democracia passou longe. Na verdade, o que acontece é a opressão por parte dos pais e a submissão dos filhos que só acatam as ordens recebidas.

Quando os pais praticam a Síndrome do Pequeno Poder, não permitem a reflexão sobre temas ou problemas que incomodam o sistema familiar ou sobre a vontade dos filhos, faltando espaço para conversas sobre assuntos ou questões dentro da família. Equivocadamente, os pais usam o “falso poder” de serem pais e não da autoridade que lhes compete.

Dentro desse modelo opressor, a criança não tem o direito de expressar suas emoções e necessidades, sendo obrigada a se calar e omitir seus sentimentos. Ao mesmo tempo, os pais usam a força verbal e atitudes autoritárias, faltando com respeito pelas crianças. Sabe aquela ideia que criança não tem querer? Quando são colocadas em posição de menos valia?

Além disso, a Síndrome do Pequeno Poder pode gerar transtornos de aspecto emocional na criança, que cresce um adulto com medo de se expressar, ansioso, inseguro e com inteligência emocional limitada.

Especialistas afirmam que crianças educadas no modelo autoritário podem se tornar adultos reprimidos, provocando disfuncionalidade nas suas relações e fragilidade frente aos desafios na vida, devido ao receio de se expor.

A regra de comunicação por meio do poder é a do cumprimento da ordem, do uso da barganha e da punição.

Esse padrão equivocado de comportamento que alguns pais adotam pode ter sido herdado pela educação que receberam e pela construção de crenças, durante a vida.

Mas é possível alterar essa forma de se comunicar com seus filhos, porque você não é obrigado a reproduzir uma atitude que não funciona. Hoje em dia, com todos os canais abertos pra comunicação e pro diálogo, você, pai ou mãe que está aqui me assistindo, pode sim romper esse modelo e criar relações saudáveis com seus filhos.

O diálogo é o melhor elo para o fortalecimento da conexão entre pais e filhos por meio da confiança e do respeito.

Aproveito e convido você a refletir sobre seu discurso e sobre a relação com seus filhos, porque sempre há tempo, para mudar e adotar práticas mais afetivas e conscientes.

Um abraço e até o próximo artigo.

Sobre a autora 

 Eu sou Jusley Valle, Consultora Educacional, Educadora Parental e Fundadora da Academia de Pais Conscientes, o canal mais conectado aos pais e às pessoas interessadas em educação positiva.

 Na prática, eu ajudo você a se comunicar de forma afetiva, se conhecer e a lidar com as emoções, encontrando soluções para os problemas do dia a dia, trazendo melhoria nas relações dentro de família com ganho de qualidade de vida.

 Academia de Pais Conscientes está no Instagram, no Facebook, no YouTube, no Telegram, nas principais plataformas de podcast como Spotify, Apple, Google e no meu Blog, com episódios atualizados em tempo real. Visite os meus sites www.academiadepaisconscientes.com/ e www.jusleyvallecoach.com/